A República de Angola assumiu, ontem, pela segunda vez, a presidência do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA), órgão estratégico responsável por matérias de paz e estabilidade no continente.

A indicação ocorreu durante a reunião dedicada às sessões informativas dos presidentes do órgão para os meses de Junho e Agosto de 2025, junto dos Estados-membros do Comité dos Representantes Permanentes da UA.

Em representação do país, o embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana, Miguel Bembe, destacou a relevância do feito, sublinhando que esta coincidência acontece no mesmo período em que Angola exerce também a presidência rotativa da organização continental.

“De facto, ao consultar os arquivos, não me recordo que semelhante ocorrência tenha acontecido na história da organização continental”, afirmou o diplomata, garantindo que Angola assume estas responsabilidades acrescidas com profundo sentido de dever, comprometida com a promoção da paz, segurança e desenvolvimento em África.

Segundo Miguel Bembe, o Conselho de Paz e Segurança da UA é um pilar fundamental da Arquitectura de Paz e Segurança Africana, concebido como órgão decisório permanente para a prevenção, gestão e resolução de conflitos. O diplomata frisou ainda que este mecanismo é essencial para a reconstrução pós-conflito, promoção da governação democrática e consolidação da estabilidade duradoura no continente.

Ao abordar o papel do Comité dos Representantes Permanentes, o embaixador salientou a sua importância estratégica, actuando como elo entre as decisões políticas de alto nível e a sua implementação, além de funcionar como plataforma de concertação, consulta e negociação entre os Estados-membros.

Miguel Bembe procedeu à abertura e ao encerramento da reunião, reiterando que a concertação regular entre os dois órgãos tem-se revelado não apenas útil, mas indispensável para reforçar a acção colectiva em matéria de paz e segurança.

Angola já havia presidido ao Conselho de Paz e Segurança da União Africana em Julho de 2024.

FONTE: JORNAL DE ANGOLA